A nocividade da indústria da auto-ajuda.

As pessoas são bombardeadas por textos de auto-ajuda seja por email ou por redes sociais. Os textos de auto-ajuda pregam um otimismo cego e sem critérios, que chega até o exagero de condenar as pessoas que tem senso de realidade, conhecem o problema e vão a luta para resolvê-lo, mas sabem que podem ganhar a batalha ou perder. É a vida. Senso do real não é só ter pensamentos positivos mas sim saber que a vida não é só ganhos, é perdas também. 

As receitas de auto-ajuda não respeitam as peculiaridades de cada um. ''Faça assim e sejam vencedores''. Imagine o sofrimento e sentimento de culpa das pessoas que não conseguem colocar esses manuais, que ensinam a viver, na prática de suas vidas. Haja frustração! A auto-ajuda parece até uma ideologia ou religião para dizer que somos incapazes de saber viver. A culpa é só do infeliz que está vivendo o problema, o mundo é "ótimo ", o que acontece a sua volta não tem culpa de seus problemas. 

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Tem viciado em auto-ajuda que já afirmou que a culpa da pobreza no mundo é da população pobre. Para a auto-ajuda, o problema é só individual ou então que o individual está acima de tudo a uma distância imensa. Afinal ''você não mentalizou corretamente as frases mágicas de efeito e otimista que iriam mudar a sua vida'' e os viciados em auto-ajuda bem sucedidos (ou que se consideram assim, quando não vivem de aparências) as vezes acusam as pessoas de não colocar nada em prática, de não ter trabalhado, de não ter estudado, sendo que muitas vezes as pessoas já tentaram de tudo e os viciados em auto-ajuda ainda continuam fazendo ataques acusando os outros de não ter tentado da ''maneira certa''. 

E o adepto da auto-ajuda que não passou para o time dos vencedores se afunda cada vez mais no sentimento de culpa e da incapacidade de usar as receitas do sucesso e sem poder contar em nada com a solidariedade dos viciados em auto-ajuda que ''venceram'', apenas com as críticas destes que só pioram a situação. Tem até gente julgando uma pessoa de ''covarde'' por ter desistido de um objetivo no qual não estava mais lhe fazendo bem. Nem mudar de planos e objetivos uma pessoa pode mais. 

Ser bem sucedido e feliz não tem receita e não tem um padrão. A questão é nos valorizar, acreditar na nossa capacidade de usar o bom senso, para tomar nossas decisões da melhor forma, para resolver da forma que podemos o que a vida nos coloca. Sejam nos momentos de dor ou alegria. E é preciso refletir dobre o que realmente queremos sem se sentir pressionado a estar sempre correndo atrás de um ''desafio'', de um ''sucesso'' que não está nos fazendo bem e que muitas vezes nem queremos mais. 

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